Pixote, filme retrata realidade que quase 30 anos depois não mudou nada.

Leonardo Fraga Teixeira
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Pixote é um filme que mostra uma realidade que ainda está presente e todos ainda fingem que não existe. O filme é de 1981, dirigido por Hector Babendo, e mesmo depois de todo esse tempo, o papo de, “ah, vocês estão aqui para se reajustar com a sociedade, aprenderem a ser cidadãos melhores”, ainda existe e nenhuma solução é apresentada.
Pixote: A lei do mais fraco, é a história de um garoto com 10, 11 anos, sem pai nem mãe, delinquente, passa horrores em um reformatório, e depois foge com mais alguns internos, enfrentando a vida, nas ruas de Rio e São Paulo, onde crianças têm sua inocência retirada ao entrarem em contato com um mundo de crimes, prostituição e violência.
No filme assistimos tudo o que um garoto de rua enfrenta na rua e no reformatório, desde estupro, tráfico de drogas, assaltos, etc... Pixote acaba matando três pessoas, um deles o próprio amigo, acidentalmente. E no fim do filme ainda envolve-se com uma prostituta que acaba de realizar um aborto.
O filme é altamente verdadeiro, sem pena de mostrar toda a tragédia que envolve os jovens, com um enredo que passa por uma série de desventuras, deixando o espectador pasmo, ao ver com tanta frieza e seriedade, a realidade das ruas, que não passa na tv, nem nos jornais.
O próprio filme mostra como a imprensa é ludibriada pelo sistema prisional, que botam a culpa, na violência entre os internos que eles mesmos permitem, dentro dos presídios.
O ator Fernando Ramos da Silva, que interpretou Pixote, depois do filme ainda tentou seguir a vida de ator em uma novela da Globo, mas por ser semi-analfabeto, e incapaz de decorar textos, foi demitido, voltando para a miséria em que vivia.
Por causa dos irmãos, virou ladrão, e quando caiu na suspeita da polícia foi assassinado miseravelmente por policiais em 1987, drama esse contado no filme Quem Matou Pixote? De José Joffily.
Nada foi feito, nada está diferente, e a violência nos presídios para jovens infratores está cada vez pior. A Febem molda o jovem para o crime, e a maioria que é interno não tem futuro, e acabam morrendo ao retornar para o crime após saírem do presídio.

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