Guerra no Congo |
De 1966 pra cá, se você comprou um celular, Smart Phone, ou qualquer gadget eletrônico, pode ter ajudado a financiar uma guerra civil. A República Democrática do Congo, desde essa data é tomada por grupos armados rebeldes. Essas milícias, estão envolvidas num dos piores conflitos do mundo. A região do Congo abastece grandes empresas de eletrônicos com quatro minérios essenciais para o funcionamento de qualquer gadget, e esse dinheiro sustenta o contrabando desses minerais.
Nos últimos 15 anos, os confrontos no Congo mataram 5,5 milhões de pessoas e mais de 200 mil mulheres foram estupradas. Só em 2009, os grupos armados congoleses receberam US$ 185 milhões com a mineração ilegal. Ou seja, comprar algum aparelho eletrônico, está relacionado diretamente no conflito mais violento do planeta após a Segunda Guerra Mundial.
Os quatro minérios contrabandeados são: tântalo, usado para armazenar energia em smartphones e computadores. O tungstênio, usado para fazer os celulares vibrarem e o estanho que entra na solda de circuitos. Em menor escala, o ouro, que melhora a conectividade na fiação desses equipamentos.
Crianças trabalhando nas Minas |
Os minérios congoleses custam 30% a 50% menos que a média do mercado. Isso porque a mão de obra é barata. Nas minas, crianças garimpeiras não trabalham como escravos, ganham US$1 e US$ 5 por dia. Os minérios são facilmente contrabandeados pelas porosas fronteiras africanas, não tendo impostos. O Governo do Congo proibiu a comercialização dos materiais das zonas de conflito, mas os militares são subornados, permitindo esse comércio.
Ao saírem da África, os minérios são misturados em fornalhas asiáticas com materiais de todo o mundo, é dessas fundições que os fabricantes de eletrônics compram matéria-prima para fazer os gadgets.
Filme: Diamantes de Sangue |
A HP, Intel e Motorola, lideram o ranking das empresas que combatem o uso de mineirais retirados de áreas de conflito. No final da lista está a Nintendo, Canon, Sharp e Panasonic, que não fizeram nada para lidar com o problema.
Espera-se que aconteça com os minérios do Congo, o mesmo que aconteceu com os chamados “diamantes de sangue”. A certificação internacional Kimberly Process, em 2003, começou a averiguar a origem dos diamantes, e com a divulgação das joalherias que compravam tais diamantes, o processo começou a andar.
Salvando o mundo ou não, ao menos os geeks podem reinvidicar gadgets que, ao serem feitos, não contribuam com esse sangrento conflito.
Fonte: Enough Project
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