Magic The Gathering, agora virou conteúdo exclusivo do Tem Preguiça Não!

Eric Czar
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Prezados leitores do blog TemPreguiçaNão (um dia, eu prometo, eu irei inventar uma
boa introdução para os meus textos), conforme já divulgado pelo Eric Czar, o blog está
inaugurando um espaço para o card game Magic The Gathering. Antes de falar sobre os
objetivos deste novo espaço no blog e como diz a boa educação, vou me apresentar. Meu
nome é André Schurhaus Hyeda, tenho 25, estou na última fase de Sistemas de Informação,
moro em Florianópolis e jogo Magic desde 1999 (comecei no bloco de Máscaras de Mercádia).
Claro, como todos os jogadores de Magic sabem bem, sempre existem alguns lapsos e paradas estratégicas, mas o Magic nunca te abandona. Com o decorrer deste trabalho no blog, vocês
irão me conhecer melhor.

Introdução

Vamos começar do começo, primeiramente gostaria de apresentar os objetivos deste espaço
no blog TemPreguiçaNão:

- Introduzir conceitos atuais sobre o Magic para novos jogadores;

- Debater, sugerir, discutir e construir novos decks e interações entre cards;

- Mostrar o cenário de Magic em Florianópolis através de reports de campeonatos que eu e
outros jogadores participamos;

- Análises críticas bem humoradas sobre os acontecimentos do Magic, incluindo Standard,
Modern, Legacy, Pauper e até mesmo Commander;

- Criar um espaço para divulgação de assuntos relacionados.

Aproveito para abrir um canal com os leitores em termos de assuntos. Fiquem à vontade para
sugerir novos temas e a análises. Vou procurar responder todos.

E pra começar os trabalhos, o primeiro assunto que eu vou apresentar aqui é um report do
game day que ocorreu na Revistaria ComDado, em que eu tive o prazer de participar.

Report do Game Day na Revistaria Comdado

Vejam bem, o cenário de Magic aqui na grande Florianópolis está cada vez melhor. Atualmente
contamos com três grandes lojas que estão sediando FNMs* e outros eventos de Magic, fato
que permite aos jogadores praticarem ativamente esse hobbie tão querido.

No dia 24/02/2013 ocorreu na ComDado um evento chamado Game Day Gatecrash, que é
um evento à nível mundial patrocinado pela fabricante do Magic, a Wizards of the Coast. A
ideia deste evento é incentivar o maior número de jogadores a participar, distribuindo para
os participantes cards promos exclusivos. Mais detalhes, acessem: http://www.wizards.com/
Magic/TCG/Events.aspx?x=mtgcom/events/gameday

As promos foram:

Para todos os participantes:


E para os que se classificarem no Top 8:


Para participar desse evento, eu usei a seguinte lista:

Main Deck:
4 Augur of Bolas
3 Boros Reckoner
4 Restoration Angel
4 Snapcaster Mage
2 Azorius Charm
1 Blasphemous Act
2 Boros Charm

1 Counterflux
1 Dissipate
1 Harvest Pyre
1 Izzet Charm
2 Pillar of Flame
1 Runechanter's Pike
2 Searing Spear
2 Sphinx's Revelation
4 Thought Scour
2 Cavern of Souls
3 Glacial Fortress
3 Hallowed Fountain
3 Island
1 Moorland Haunt
4 Mountain
4 Plains
1 Sacred Foundry
3 Steam Vents
1 Sulfur Falls


Sideboard:
1 Aurelia's Fury
1 Aurelia, the Warleader
1 Counterflux
3 Geist of Saint Traft
1 Harvest Pyre
2 Negate
1 Pillar of Flame
1 Rest in Peace
2 Supreme Verdict
1 Thundermaw Hellkite
1 Tormod's Crypt


O nome deste deck é UWR, também conhecido como Charmed ou American. Essa lista foi
baseada em uma que foi utilizada na final do Pro Tour Gatecrash Montreal pilotada pelo
pro player Joel Larsson e acabou perdendo para o, também pro player, Tom Martell. Sou
a favor de estudar e utilizar listas, mas como eu vou falar mais pra frente, nem sempre o
melhor global é o melhor mundial. Por isso eu, como bom deckbuilder*, tive que alterar a
lista. Portanto ela tem algumas modificações e techs* minhas que irei comentar no próximo
artigo. Podem me cobrar.

Voltando ao report, o formato do campeonato é Standard e no estilo suíço. Começou
às 13:30 e, um domingo, isso é praticamente de madrugada. Dava pra perceber que
os jogadores tinham “caído” da cama para vir jogar e alimentar o vício, sendo que uns
vieram diretamente da balada. A foto abaixo foi tirada antes de começar o campeonato,
demonstrando toda a animação do pessoal pós-balada de sábado:



Assim que todos entregaram a lista, processo que demorou mil anos ocorreu rapidamente,
saiu a rodada. Here we go!!!

1º Match - Ruan – Naya

Pra começar, eu cai em um jogo com um jogador que está começando agora. Foi um match
bem tranquilo, sempre com a minha preocupação de jogar amigavelmente com o Ruan.
Lembrem-se que tudo tem um início e não é legal mal tratar o cara que está começando. O
match aconteceu da seguinte forma:

Game 1

Aceitei uma mão muito torta, com 2 montanhas, 1 planície, 2 augur of bolas e 1 searing spear.
Crianças, não façam isso em casa. Óbvio que o negócio não se desenvolveu bem, pois descobri
que o deck dele era um weenie* Naya* e logo entrar vários pequenos bichinhos que levaram a
minha vida a perigosos 8 de life e logo tive que gastar a minha searing spear pra não apanhar
mais. No terceiro drop, consegui fazer um Boros Reckoner salvador que segurou todo o ímpeto
ofensivo do meu oponente. No quarto turno, finalmente veio a salvadora ilha do amor, que
me possibilitou fazer o augur of bolas e que me comprou outro searing spear. Controlei a
mesa, até a entrada de um Restoration Angel blinkando o Augur of Bolas e bloqueando um dos
weenies adversários. Consegui virar o jogo mesmo aceitando uma mão inicial deplorável.

Game 2


Minha mão veio perfeita, com 3 lands que compreendiam todas as cores do deck, com um
Boros Reckoner, spot removal* e Snapcaster Mage. Comecei agressivamente, removendo
bicho e batendo com o Augur, usando Snap pra Pillar of Flame. No quinto turno, fiz Boros
Reckoner e bati com o Snap e o Augur. Sexto turno bati novamente levando meu adversário
a 14 de vida. Passei o turno, ele fez um bicho qualquer e olhei para a minha mão, que nesta
altura de jogo tinha Searing Spear e Blasphemous Act, e abri aquele sorriso. Combei!!! Usei o
Searing Spear na vida dele, que desceu a 11 recebi o turno de volta. Vejam bem:



13 de dano direto no oponente. E com isso já comecei com o pé direito o Game Day.

2º Match - Farofa – Reanimator

O Farofa já é figurinha carimbada dos FNMs e eu já sabia que teria um game difícil.

Game 1

Aceito uma mão boa, com todas as variações de cores do deck, com Augur of Boladão Bolas,
Searing Spear, Angel, Thought Scour. Ele começa fazendo Faithless Looting e descarta uma
Aurelia e um Unburial Rites. Tenho 4 turnos antes de começar a apanhar. Gostaria de abrir
um parênteses aqui. O Augur of Bolas é show em decks que usam muitas instantes e feitiços.
É incrível como ele busca a resposta que você precisa. Fecha parênteses. Ele faz land no t2 e
usa outro Faithless Looting, que coloca no grave um Obzedat e ele reclama que as coisas não
vão bem, eu faço Augur e, magicamente, ele me revela um fantástico Dissipate que irá anular
o Unburial Rites no futuro, piorando mais ainda o jogo do meu amigo Farofa. O jogo transcorre
em nele se defendendo com Lingering Souls e meus Restoration Angels e Snapcasters levando
o jogo e, claro, sem antes dar o Dissipate comprado pelo nosso amigo Augur no Unburial Rites.

Game 2

O jogo se resume em duas Lingering Souls adversárias, que são destruídas por um
Thundermaw Hellkite e por um Restoration Angel blikando o dragãozinho pra levar o jogo a
números finais.

2x0 e as coisas indo muito bem. A essa altura já estava me sentindo bem satisfeito, pois faziam
anos que não jogava Standard.

3º Match - Guilherme – Naya Midrange

Precisava ganhar esse match se eu queria estar entre os três primeiros e ter uma boa
premiação. No meu ver, conforme meus testes na semana anterior, o UWR tinha certa
vantagem contra aggros* midrange*. Então fui confiante para o jogo.

Game 1

Aceitei uma mão excelente pro match, com Thought Scour, Pillar of Flames, Boros “MOooOoo”
Reckoner, Searinge Spear, Sulfur Falls e Hallowed Fountain. Tive que queimar isso logo, pois
foi um festival de Silverblade Paladin, Huntmasters e Kessig Wolf Run. Nesta situação, o Boros
Reckoner brilhou, usando de toda a sua versatilidade, limpando a mesa adversária. Apesar de
estabilizar o game, o jogo se estendeu, de forma que eu acabei ganhando com um Restoration
Angel sozinho na mesa depois de bastante tempo.

Game 2

O começo do meu oponente foi mais rápido ainda e logo fui a perigosos 8 de vida. Uma
Supreme Verdict que havia vindo na mão inicial limpou a mesa e o Guilherme já não tinha
cartas na mão. Novamente não foi fácil o decorrer do jogo, pois muitos dos seus próximos
drops foram bem pesados, tipo 2 Huntmaster of the Fells seguidos. Uma Sphinx’s Revelation e
um Snapcaster Mage com uma Runechanter’s Pike equipada levou o jogo. Ta ai outra tech que
deu certo e mais uma diferença da lista do Joel Larsson. Essa carta de nome dúbio vai muito
bem nesse deck, ainda mais com a adição do Thought Scour.


3 x 0 e sem perder um game sequer. E pra completar o meu amigo de time, o Fellipe Belli
também fez 3 x 0 e éramos os únicos com 9 pontos. Retorno triunfal ao Standard!

4º Match – Fellipe Belli – Bant Aura Hexproof

Aqui estamos nós. Basta um ID para que fiquemos em primeiro e segundo. Missão cumprida e
diversos boosters para aumentar as opções do time.

Portanto resultado final 10 pontos e nenhum game perdido. Excelente!

Apesar do ID, nós decidimos jogar o match, só pra testar a minha tech. Durante a semana que
antecedeu o evento, testei o meu deck contra um RG Aggro pilotado pelo Eric Czar, um dos
editores deste blog, e contra o Bant Aura Hexproof pilotado pelo Fellipe.

Contra o Eric consegui atestar a superioridade do UWR contra decks aggros. Basta segurar o
ímpeto inicial e levar o jogo pro midrange, onde é a especialidade do deck.

Já contra o Fellipe, tomei porrada todas as vezes. Simplesmente a versão do Joel Larsson não
tem resposta para o deck. Um Invisible Stalker com algumas auras era o suficiente espancar
o UWR. Mas eu queria testar a tech, pois eu desconfiava que o match mudaria de totalmente
perdido para um match com moderada desvantagem.

Escolhemos o Bant Aura Hexproof pro Fellipe, porque é um deck que dominou o Gran Prix de
Atlantic City, porém caiu em desuso por, entre outros motivos, o Gatecrash trazer cards como
Devour Flesh. Rogue Decks* sempre são perigosos, pois muitas vezes não existem sideboards
para eles. E foi o que ocorreu, com o Fellipe chegando na última rodada com 3 x 0 e apenas um
game perdido.

Game teste 1

Comecei bem, colocando pressão com o Boros “The Mighty” Reckoner batendo forte.
Entretanto logo surgiu um Geist of Saint Traft maroto que ameaçava o meu jogo. Anulei
com Dissipate um Spectral Flight, porém Rancor e Ethereal Armor (ferrou!) entraram. Em
uma porrada só ele me levou a 5. Nesta altura do jogo ele estava com 7 de vida. Ignorei o
“megazord” e usei Searing Spear (que contra este deck e seus bichinhos com hexproof morre
na mão) direto na vida, levando a 4. Snapcaster no meu turno recapitulando o Searing Spear
deixou com 1, abrindo espaço para a vaquinha favorita do Pro Tour de Montreal e nova
sensação do momento, Boros Reckoner, levar o jogo.

Game teste 2

Mulliguei a 4, sendo que eram 4 lands. Tive uma sensação de iria perder, sensação esta que
durou até o chegar o meu turno e comprar um Supreme Verdict campeão. O resto foi fácil,
limpei a mesa quando ele já tive feito seus bichinhos cheios de auras, fiz Geist of Saint Traft
na volta e, quando o jogo ameaçava se estabilizar novamente, um Harvest Pyre no Boros
“MoOoO” Reckoner deu 10 pontos de danos direto no meu amigo e oponente, concedendo-
me a vitória.

Resumo da opera, meu pupilo Fellipe Belli ficou em primeiro pelos critérios de desempate,
ganhamos 11 boosters, as promos do game day e a sensação de dever cumprido.

Fico muito feliz de ver que um cara como o Fellipe, que jogava Magic forfun passou a ser um
bom competidor, bastando algum treino e explicações da minha parte. Isso é um exemplo pra
todos os que estão começando agora.

Outro ponto legal é que eu ganhei este Playmat exclusivo do evento:


A arte é excelente e pra mim, foi o cereja do bolo desde campeonato.

Fico aberto a opiniões, sugestões e críticas. Esperam que tenham gostado. Pretendo continuar
escrevendo sobre Magic aqui no blog.

Vou abrir um espaço aqui para explicar brevemente alguns termos usados durante o artigo.
Me desculpem os jogadores antigos, mas os iniciantes provavelmente não conhecem estes
termos que são corriqueiros para vocês. Portanto, pulem esta parte.

FNM: Friday Night Magic, um campeonato sancionado pela Wizards que, como o nome já diz,
ocorre nas sextas á noite.

Deckbuilder: É um tipo de jogador que tem gosto e/ou prazer em criar e alterar decks.

Techs: Criações e alterações em cima de listas já existentes.

Weenie: Criaturas pequenas.

Naya: Um mundo do bloco de Zendikar, onde existem apenas as cores vermelha, branca e
verde. Dá nome a decks que utilizam essas cores.

Spot removals: Mágicas que removem criaturas em tempo de instante, se livrando
rapidamente de ameaças. Exemplo: Raio.

Aggro: Estilo deck que preza agressividade.

Midrange: Decks que tem seu forte no meio do jogo.

Rogue decks: Decks que não fazem parte do Tier 1.

Bom, então é isso pessoal. Próximo artigo será sobre o UWR Midrange, o deck que pilotei neste evento, e o poder do Boros "Badass" Reckoner no formato.

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