quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Magic The Gathering, agora virou conteúdo exclusivo do Tem Preguiça Não!



Prezados leitores do blog TemPreguiçaNão (um dia, eu prometo, eu irei inventar uma
boa introdução para os meus textos), conforme já divulgado pelo Eric Czar, o blog está
inaugurando um espaço para o card game Magic The Gathering. Antes de falar sobre os
objetivos deste novo espaço no blog e como diz a boa educação, vou me apresentar. Meu
nome é André Schurhaus Hyeda, tenho 25, estou na última fase de Sistemas de Informação,
moro em Florianópolis e jogo Magic desde 1999 (comecei no bloco de Máscaras de Mercádia).
Claro, como todos os jogadores de Magic sabem bem, sempre existem alguns lapsos e paradas estratégicas, mas o Magic nunca te abandona. Com o decorrer deste trabalho no blog, vocês
irão me conhecer melhor.

Introdução

Vamos começar do começo, primeiramente gostaria de apresentar os objetivos deste espaço
no blog TemPreguiçaNão:

- Introduzir conceitos atuais sobre o Magic para novos jogadores;

- Debater, sugerir, discutir e construir novos decks e interações entre cards;

- Mostrar o cenário de Magic em Florianópolis através de reports de campeonatos que eu e
outros jogadores participamos;

- Análises críticas bem humoradas sobre os acontecimentos do Magic, incluindo Standard,
Modern, Legacy, Pauper e até mesmo Commander;

- Criar um espaço para divulgação de assuntos relacionados.

Aproveito para abrir um canal com os leitores em termos de assuntos. Fiquem à vontade para
sugerir novos temas e a análises. Vou procurar responder todos.

E pra começar os trabalhos, o primeiro assunto que eu vou apresentar aqui é um report do
game day que ocorreu na Revistaria ComDado, em que eu tive o prazer de participar.

Report do Game Day na Revistaria Comdado

Vejam bem, o cenário de Magic aqui na grande Florianópolis está cada vez melhor. Atualmente
contamos com três grandes lojas que estão sediando FNMs* e outros eventos de Magic, fato
que permite aos jogadores praticarem ativamente esse hobbie tão querido.

No dia 24/02/2013 ocorreu na ComDado um evento chamado Game Day Gatecrash, que é
um evento à nível mundial patrocinado pela fabricante do Magic, a Wizards of the Coast. A
ideia deste evento é incentivar o maior número de jogadores a participar, distribuindo para
os participantes cards promos exclusivos. Mais detalhes, acessem: http://www.wizards.com/
Magic/TCG/Events.aspx?x=mtgcom/events/gameday

As promos foram:

Para todos os participantes:


E para os que se classificarem no Top 8:


Para participar desse evento, eu usei a seguinte lista:

Main Deck:
4 Augur of Bolas
3 Boros Reckoner
4 Restoration Angel
4 Snapcaster Mage
2 Azorius Charm
1 Blasphemous Act
2 Boros Charm

1 Counterflux
1 Dissipate
1 Harvest Pyre
1 Izzet Charm
2 Pillar of Flame
1 Runechanter's Pike
2 Searing Spear
2 Sphinx's Revelation
4 Thought Scour
2 Cavern of Souls
3 Glacial Fortress
3 Hallowed Fountain
3 Island
1 Moorland Haunt
4 Mountain
4 Plains
1 Sacred Foundry
3 Steam Vents
1 Sulfur Falls


Sideboard:
1 Aurelia's Fury
1 Aurelia, the Warleader
1 Counterflux
3 Geist of Saint Traft
1 Harvest Pyre
2 Negate
1 Pillar of Flame
1 Rest in Peace
2 Supreme Verdict
1 Thundermaw Hellkite
1 Tormod's Crypt


O nome deste deck é UWR, também conhecido como Charmed ou American. Essa lista foi
baseada em uma que foi utilizada na final do Pro Tour Gatecrash Montreal pilotada pelo
pro player Joel Larsson e acabou perdendo para o, também pro player, Tom Martell. Sou
a favor de estudar e utilizar listas, mas como eu vou falar mais pra frente, nem sempre o
melhor global é o melhor mundial. Por isso eu, como bom deckbuilder*, tive que alterar a
lista. Portanto ela tem algumas modificações e techs* minhas que irei comentar no próximo
artigo. Podem me cobrar.

Voltando ao report, o formato do campeonato é Standard e no estilo suíço. Começou
às 13:30 e, um domingo, isso é praticamente de madrugada. Dava pra perceber que
os jogadores tinham “caído” da cama para vir jogar e alimentar o vício, sendo que uns
vieram diretamente da balada. A foto abaixo foi tirada antes de começar o campeonato,
demonstrando toda a animação do pessoal pós-balada de sábado:



Assim que todos entregaram a lista, processo que demorou mil anos ocorreu rapidamente,
saiu a rodada. Here we go!!!

1º Match - Ruan – Naya

Pra começar, eu cai em um jogo com um jogador que está começando agora. Foi um match
bem tranquilo, sempre com a minha preocupação de jogar amigavelmente com o Ruan.
Lembrem-se que tudo tem um início e não é legal mal tratar o cara que está começando. O
match aconteceu da seguinte forma:

Game 1

Aceitei uma mão muito torta, com 2 montanhas, 1 planície, 2 augur of bolas e 1 searing spear.
Crianças, não façam isso em casa. Óbvio que o negócio não se desenvolveu bem, pois descobri
que o deck dele era um weenie* Naya* e logo entrar vários pequenos bichinhos que levaram a
minha vida a perigosos 8 de life e logo tive que gastar a minha searing spear pra não apanhar
mais. No terceiro drop, consegui fazer um Boros Reckoner salvador que segurou todo o ímpeto
ofensivo do meu oponente. No quarto turno, finalmente veio a salvadora ilha do amor, que
me possibilitou fazer o augur of bolas e que me comprou outro searing spear. Controlei a
mesa, até a entrada de um Restoration Angel blinkando o Augur of Bolas e bloqueando um dos
weenies adversários. Consegui virar o jogo mesmo aceitando uma mão inicial deplorável.

Game 2


Minha mão veio perfeita, com 3 lands que compreendiam todas as cores do deck, com um
Boros Reckoner, spot removal* e Snapcaster Mage. Comecei agressivamente, removendo
bicho e batendo com o Augur, usando Snap pra Pillar of Flame. No quinto turno, fiz Boros
Reckoner e bati com o Snap e o Augur. Sexto turno bati novamente levando meu adversário
a 14 de vida. Passei o turno, ele fez um bicho qualquer e olhei para a minha mão, que nesta
altura de jogo tinha Searing Spear e Blasphemous Act, e abri aquele sorriso. Combei!!! Usei o
Searing Spear na vida dele, que desceu a 11 recebi o turno de volta. Vejam bem:



13 de dano direto no oponente. E com isso já comecei com o pé direito o Game Day.

2º Match - Farofa – Reanimator

O Farofa já é figurinha carimbada dos FNMs e eu já sabia que teria um game difícil.

Game 1

Aceito uma mão boa, com todas as variações de cores do deck, com Augur of Boladão Bolas,
Searing Spear, Angel, Thought Scour. Ele começa fazendo Faithless Looting e descarta uma
Aurelia e um Unburial Rites. Tenho 4 turnos antes de começar a apanhar. Gostaria de abrir
um parênteses aqui. O Augur of Bolas é show em decks que usam muitas instantes e feitiços.
É incrível como ele busca a resposta que você precisa. Fecha parênteses. Ele faz land no t2 e
usa outro Faithless Looting, que coloca no grave um Obzedat e ele reclama que as coisas não
vão bem, eu faço Augur e, magicamente, ele me revela um fantástico Dissipate que irá anular
o Unburial Rites no futuro, piorando mais ainda o jogo do meu amigo Farofa. O jogo transcorre
em nele se defendendo com Lingering Souls e meus Restoration Angels e Snapcasters levando
o jogo e, claro, sem antes dar o Dissipate comprado pelo nosso amigo Augur no Unburial Rites.

Game 2

O jogo se resume em duas Lingering Souls adversárias, que são destruídas por um
Thundermaw Hellkite e por um Restoration Angel blikando o dragãozinho pra levar o jogo a
números finais.

2x0 e as coisas indo muito bem. A essa altura já estava me sentindo bem satisfeito, pois faziam
anos que não jogava Standard.

3º Match - Guilherme – Naya Midrange

Precisava ganhar esse match se eu queria estar entre os três primeiros e ter uma boa
premiação. No meu ver, conforme meus testes na semana anterior, o UWR tinha certa
vantagem contra aggros* midrange*. Então fui confiante para o jogo.

Game 1

Aceitei uma mão excelente pro match, com Thought Scour, Pillar of Flames, Boros “MOooOoo”
Reckoner, Searinge Spear, Sulfur Falls e Hallowed Fountain. Tive que queimar isso logo, pois
foi um festival de Silverblade Paladin, Huntmasters e Kessig Wolf Run. Nesta situação, o Boros
Reckoner brilhou, usando de toda a sua versatilidade, limpando a mesa adversária. Apesar de
estabilizar o game, o jogo se estendeu, de forma que eu acabei ganhando com um Restoration
Angel sozinho na mesa depois de bastante tempo.

Game 2

O começo do meu oponente foi mais rápido ainda e logo fui a perigosos 8 de vida. Uma
Supreme Verdict que havia vindo na mão inicial limpou a mesa e o Guilherme já não tinha
cartas na mão. Novamente não foi fácil o decorrer do jogo, pois muitos dos seus próximos
drops foram bem pesados, tipo 2 Huntmaster of the Fells seguidos. Uma Sphinx’s Revelation e
um Snapcaster Mage com uma Runechanter’s Pike equipada levou o jogo. Ta ai outra tech que
deu certo e mais uma diferença da lista do Joel Larsson. Essa carta de nome dúbio vai muito
bem nesse deck, ainda mais com a adição do Thought Scour.


3 x 0 e sem perder um game sequer. E pra completar o meu amigo de time, o Fellipe Belli
também fez 3 x 0 e éramos os únicos com 9 pontos. Retorno triunfal ao Standard!

4º Match – Fellipe Belli – Bant Aura Hexproof

Aqui estamos nós. Basta um ID para que fiquemos em primeiro e segundo. Missão cumprida e
diversos boosters para aumentar as opções do time.

Portanto resultado final 10 pontos e nenhum game perdido. Excelente!

Apesar do ID, nós decidimos jogar o match, só pra testar a minha tech. Durante a semana que
antecedeu o evento, testei o meu deck contra um RG Aggro pilotado pelo Eric Czar, um dos
editores deste blog, e contra o Bant Aura Hexproof pilotado pelo Fellipe.

Contra o Eric consegui atestar a superioridade do UWR contra decks aggros. Basta segurar o
ímpeto inicial e levar o jogo pro midrange, onde é a especialidade do deck.

Já contra o Fellipe, tomei porrada todas as vezes. Simplesmente a versão do Joel Larsson não
tem resposta para o deck. Um Invisible Stalker com algumas auras era o suficiente espancar
o UWR. Mas eu queria testar a tech, pois eu desconfiava que o match mudaria de totalmente
perdido para um match com moderada desvantagem.

Escolhemos o Bant Aura Hexproof pro Fellipe, porque é um deck que dominou o Gran Prix de
Atlantic City, porém caiu em desuso por, entre outros motivos, o Gatecrash trazer cards como
Devour Flesh. Rogue Decks* sempre são perigosos, pois muitas vezes não existem sideboards
para eles. E foi o que ocorreu, com o Fellipe chegando na última rodada com 3 x 0 e apenas um
game perdido.

Game teste 1

Comecei bem, colocando pressão com o Boros “The Mighty” Reckoner batendo forte.
Entretanto logo surgiu um Geist of Saint Traft maroto que ameaçava o meu jogo. Anulei
com Dissipate um Spectral Flight, porém Rancor e Ethereal Armor (ferrou!) entraram. Em
uma porrada só ele me levou a 5. Nesta altura do jogo ele estava com 7 de vida. Ignorei o
“megazord” e usei Searing Spear (que contra este deck e seus bichinhos com hexproof morre
na mão) direto na vida, levando a 4. Snapcaster no meu turno recapitulando o Searing Spear
deixou com 1, abrindo espaço para a vaquinha favorita do Pro Tour de Montreal e nova
sensação do momento, Boros Reckoner, levar o jogo.

Game teste 2

Mulliguei a 4, sendo que eram 4 lands. Tive uma sensação de iria perder, sensação esta que
durou até o chegar o meu turno e comprar um Supreme Verdict campeão. O resto foi fácil,
limpei a mesa quando ele já tive feito seus bichinhos cheios de auras, fiz Geist of Saint Traft
na volta e, quando o jogo ameaçava se estabilizar novamente, um Harvest Pyre no Boros
“MoOoO” Reckoner deu 10 pontos de danos direto no meu amigo e oponente, concedendo-
me a vitória.

Resumo da opera, meu pupilo Fellipe Belli ficou em primeiro pelos critérios de desempate,
ganhamos 11 boosters, as promos do game day e a sensação de dever cumprido.

Fico muito feliz de ver que um cara como o Fellipe, que jogava Magic forfun passou a ser um
bom competidor, bastando algum treino e explicações da minha parte. Isso é um exemplo pra
todos os que estão começando agora.

Outro ponto legal é que eu ganhei este Playmat exclusivo do evento:


A arte é excelente e pra mim, foi o cereja do bolo desde campeonato.

Fico aberto a opiniões, sugestões e críticas. Esperam que tenham gostado. Pretendo continuar
escrevendo sobre Magic aqui no blog.

Vou abrir um espaço aqui para explicar brevemente alguns termos usados durante o artigo.
Me desculpem os jogadores antigos, mas os iniciantes provavelmente não conhecem estes
termos que são corriqueiros para vocês. Portanto, pulem esta parte.

FNM: Friday Night Magic, um campeonato sancionado pela Wizards que, como o nome já diz,
ocorre nas sextas á noite.

Deckbuilder: É um tipo de jogador que tem gosto e/ou prazer em criar e alterar decks.

Techs: Criações e alterações em cima de listas já existentes.

Weenie: Criaturas pequenas.

Naya: Um mundo do bloco de Zendikar, onde existem apenas as cores vermelha, branca e
verde. Dá nome a decks que utilizam essas cores.

Spot removals: Mágicas que removem criaturas em tempo de instante, se livrando
rapidamente de ameaças. Exemplo: Raio.

Aggro: Estilo deck que preza agressividade.

Midrange: Decks que tem seu forte no meio do jogo.

Rogue decks: Decks que não fazem parte do Tier 1.

Bom, então é isso pessoal. Próximo artigo será sobre o UWR Midrange, o deck que pilotei neste evento, e o poder do Boros "Badass" Reckoner no formato.

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