Jesus Cristo no Big Brother. Essa é a HQ Punk Rock Jesus

Leonardo Fraga Teixeira
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A série na revista mensal Vertigo já acabou, mas com o início do Big Brother não podemos deixar de lembrar desta HQ irada de Sean Murphy que trata de um tema muito sensível. A HQ fala de um reality show chamado J2 que mostra a “segunda vinda” de Jesus Cristo.

Usando modernas técnicas científicas, uma produtora de tevê decide clonar a maior personalidade da história e transmitir tudo em um reality show, provocando a ira (ou adoração) de fanáticos religiosos, da comunidade científica e de políticos preocupados com a influência de uma figura assim na humanidade.

 

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Mas tem um “porém”. E se o novo Cristo não for exatamente quem todos esperam que ele seja? A minissérie de Sean Murphy – um ex-católico praticante – mira o futuro para discutir inúmeros temas pertinentes a nossa sociedade atual. Sean Murphy em algumas entrevistas disse que este trabalho demorou anos para ser escrito e que também é como se fosse um tanto quanto autobiográfico, pois ele vem de uma família católica e hoje em dia se diz ateu. Sendo assim, é desta forma que ele apresenta esta história de “sci-fi religiosa”.

Por que punk rock? Quem conhece um pouco a bíblia sabe que Jesus foi contra algumas coisas que autoridade da época fazia; o chamavam de rebelde e coisas assim. O punk também foi um tipo de movimento de libertação e rebeldia contra o “status quo”, e uma das ferramentas mais libertadoras e mais fáceis de ampliar era a música – todos sabem que o punk é sujo e envolto de letras de criticas social e política.

 

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O grande barato de Punk Rock Jesus é a forma de como a história é contada, pois todos os personagens tem características únicas: Thomas é o católico devoto que fazia parte do IRA e que agora é o guarda costas do novo Jesus; Dra. Epstein é a geneticista do projeto J2 e que serve como bússola moral; Gwen é a inocência e a mãe que faria tudo pelo seu filho; Slate é o homem movido pelo dinheiro e Chris o clone de Jesus, vocalista de uma banda punk e que por vários motivos se declara ateu.

 

 

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O mundo em 2019, ano em que a HQ se passa, é sujo e as pessoas preferem procurar sua salvação na TV e acompanhar a vida de um garoto que vive enclausurado em uma ilha, mantido assim por um produtor que fará qualquer coisa por dinheiro.

Na verdade Sean Murphy tenta nos instigar a pensar, rever nossas ideologias e se realmente o que estamos fazendo está certo. A obra é uma crítica sobre a televisão, a política e grandes corporações, que em momento algum diz que é errado ser religioso ou que ser ateu é a coisa certa a se fazer.

 

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E tudo isso foi feito sob a batuta da grande Karen Berger em seu último trabalho como editora antes de sair da Vertigo. Algumas pessoas podem estranhar uma revista em preto e branco, mas não imagino uma história assim em cores, pois a arte é visceral e a cada quadro você vai ser deparar com Sean Murphy em sua melhor forma. Quem tiver a oportunidade, procure as Hqs Vertigo que foram publicas. Teve início na #40 e foi até #45. Mais informações no hotsite da Panini Vertigo

 

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