Uma fábula de amor, vida e morte de um biscoito chamado Mirabel...
Mirabel
Zéu Britto
Mirabel recusa o recheio
Mirabel se descasca agoniado
Mirabel só aceita amanteigado
Mirabel acha Cream Cracker ultrapassado
Inventei de abrir o alumínio da embalagem
Pra dar fim à agonia, pra definir a merenda do
dia
Tolo fui eu
Mirabel se revoltou e chamou sua amiga bolacha
Maria
De repente estava ali perdido, cercado num
mundo bizarro
Me amarro em biscoito
Os biscoitos me agrediram, tomaram conta da
minha cozinha
Se uniram aos recheados
Pediram ajuda à broa e a empadinha
E ao croquete da vizinha
E eles estavam em grande número
E eu era um
Corri pra prateleira e peguei um envelope de
Tang laranja
Os biscoitos se excitaram
E começaram a gemer
A suar, a temer, a enlouquecer
Saíram correndo, saíram gritando
Só sobrou Mirabel... só sobrou mirabel
Mirabel perdeu o recheio
Mirabel descacou agoniado
Mirabel se despediu do amanteigado
Mirabel morreu, morreu, morreu... molhado
Mais informações sobre este grande artista: Zéu Britto
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