quarta-feira, 4 de maio de 2011

O Homem Caindo - The Falling Man

The Falling Man AP Photo/Richard Drew/FILE
A foto

Na foto ele se aproxima da terra como uma flecha. Embora não tenha escohido seu destino, parece tê-lo abraçado em seus últimos instantes de vida. 
Agumas pessoas ao olhar para a foto veem força de vontade, resignação, outros veem liberdade. Há algo quase rebelde em sua postura, como se estivesse confrontando a morte, ele decidiu ir em frente como um míssil, uma lança, empenhado em atingir o fim.
Na foto ele está congelado, em sua vida, fora do quadro, ele cai até desaparecer.

O fotógrafo

O fotógrafo não estranha a história, ele sabe que algo acontece mais tarde. No momento em que está fotografando, geralmente são momentos de terror e confusão, e por isso cabe a ele - uma testemunha paga - ter presença de espírito para poder continuar ali. 
Richard Drew trabalha para a Associated Press. É um jornalista. Na manhã de 11 de setembro de 2001, estava filmando um desfile de moda na maternidade de Bryant Park, notável, diz ele, "porque apresentava modelos reais grávidas." Com 54 anos de idade, usando óculos, grisalho. Passou uma vida inteira tirando fotos, aprendeu a ser meigo e brusco, paciente e muito, muito rápido. Quando um cameraman da CNN com um fone de ouvido, disse que um avião se chocou contra a torre norte, e o editor de Drew tocou em seu celuar. Rapidamente arumou seu material em um saco plástico e correu para pegar o metrô.

O momento

Saindo da estação da Rua Chambers, viu que ambas as torres haviam se tornado chaminés. Caminhou para oeste, onde as ambuâncias estavam se reunindo, porque as equipes de resgate "geralmente não iriam expulsá-lo". Então ouviu as pessoas ofegantes, no chão, porque as pessoas que estavam nos prédios começaram a saltar. Então começou a fotografar com uma lente de 200mm.
Estava em pé entre um policial e um técnico de emergência, e cada vez que um deles gritava: "Lá vai outro", sua câmera encontrava um corpo em queda e o seguia até em baixo, em uma sequência de nove ou doze tiros. Ele tirou fotos de dez ou quinze pessoas, antes de ouvir o barulho da Torre Sul. Testemunhou o colapso da torre através de sua lente.
Envolto em ruínas, agarrou uma máscara em uma ambulância e fotografou o topo da Torre Norte "explodindo como um cogumelo" e os restos dela chovendo. Decidiu que tinha cumprido suas obrigações como profissional, e se juntou a multidão de pessoas cinzas. Seguiu para o norte, a pé, até chegar a seu escritório no Rockfeller Center.

O homem caindo

Na redação inseriu o disco de sua câmera digital em seu laptop e reconheceu, imediatamente, o que só tinha visto em sua câmera - a foto de um homem caindo estendido. Não olhou para nenhuma outra imagem. "Você aprende na edição de fotos a olhar o quadro", diz ele. "Você tem que reconhecê-lo. Essa foto simplesmente pulou fora da tela por causa da sua verticalidade e simetria. Ela só tinha esse olhar."
Enviou a imagem para o servidor da AP. Na manhã seguinte, ela apareceu na página sete do The New York Times. Apareceu em centenas de jornais, em todo país e no mundo. O homem dentro do quadro - o homem caindo - não foi identificado.




Cerca de 1.344 pessoas foram emboscadas nos andares acima das zonas de impacto dos aviões, e pelo menos 200 delas saltaram daqueles andares, não houve tempo para resgatar ou identificar aqueles que foram forçados a saltar. Oficialmente, todas as mortes nos ataques, com exceção dos sequestradores, foram consideradas homicídios (em oposição a "suicídio") e o escritório examinador médico da cidade de Nova Iorque afirmou que não classificou as pessoas que saltaram como "suicidas" – "um "suicida" é alguém que vai ao escritório de manhã sabendo que vai cometer suicídio... Essas pessoas foram forçadas a sair pela fumaça e pelas chamas."

Na realidade, esta foto é apenas 1 de uma dezena de fotos de sua queda. Em outras fotos, é notório que ele está girando no ar já fora de controle. O fotógrafo disse que, em pelo menos dois dos casos, artigos de jornal comentando sobre a imagem atraíram uma avalanche de críticas de leitores que acharam a imagem perturbadora. Quanto ao impacto da queda do homem, o teólogo Mark D. Thompson do Moore Theological College diz que "talvez a imagem mais poderosa do desespero no início do século XXI não seja encontrada na arte, literatura ou mesmo na música popular. Pode ser encontrada em uma única fotografia."

Fonte: Esquire
           Wikipedia

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