Existem muitos enigmas no mar. Animais desconhecidos, profundezas inexploradas, tesouros perdidos. Um destes enigmas, muito intrigante, são as histórias de Navios Fantasmas que navegam os mares, aparecendo aqui e ali. Um dos mais famosos é o Holandês Voador. Não só um personagem do filme Piratas do Caribe, mas sim uma lenda, um mito, ficção ou não, que assombra os oceanos há séculos.
As lendas
Em 1680, com base em antigos documentos, há um regristro de um navio real que zarpou de Amsterdã e foi alcançado por uma tormenta no Cabo da Boa Esperança. O capitão, teimoso, insistiu em dobrar o cabo, e foi condenado a vagar para sempre pelos mares, atraindo navios e, por fim, causando sua destruição. Vários relatos sobre o tal navio foram considerados miragens, embora haja uma grande variedade de detalhes descritos pelas testemunhas.
Há várias versões. Uma diz também que o capitão de um navio, ao atravessar uma tempestade, foi visitado por Nossa Senhora, atendendo às preces dos marinheiros desesperados. O capitão atacou a imagem (amaldiçoou-a), culpando-a pelo infortúnio, atraindo para si a maldição de continuar vagando pelos sete mares até o fim dos tempos.
Fonte Ilustra: ClicRBS |
A lenda mais corrente é do século XVII e é uma mistura destas duas últimas. Diz que o capitão Bernard Fokke, teria insistido, a despeito dos protestos de sua tripulação, em atravessar o Estreito de Magalhães, no ponto extremo sul do continente americano, na região do Cabo Horn.
Mesmo sabendo que a região é famosa por seu clima instável e suas geleiras, tornando a navegação extremamente perigosa, Fokke conduziu seu navio pelo estreito, com suas funestas consequências, das quais ele teria escapado, fazendo um pacto com o Diabo.
Apostando em um jogo de dados, o capitão venceu, mas roubou, utilizando dados viciados, por isso foram amaldiçoados, o navio e seu capitão, condenados a navegar perpetuamente e causando o naufrágio de outras embarcações que porventura, o avistassem.
O capitão do Holandes Voador em Piratas do Caribe é Davy Jones |
Na região do Caribe, existem lendas que surgiram no século XVIII. Nessas lendas, Davy Jones seria o capitão amaldiçoado do Holandês Voador e estaria condenado a vagar para sempre no mar pela ninfa do Mar, Calypso. Ele só poderia desembarcar por um dia a cada dez anos. Essa é a lenda que foi utilizada no Piratas do Caribe.
As aparições
Durante a segunda guerra mundial, o contra-almirante nazista Karl Donitz, oficial de alto escalão do exército alemão, reportou a Hitler que uma das suas tripulações mais rebeldes comunicou que não iria participar de uma viagem a Suez pois havia visto o Holandês Voador. No ano de 1939, 100 nadadores que descansavam na Baía Falsa, na África do Sul, disseram ter avistado o Holandês Voador.
HMS Inconstant avistou o Holandês Voador Fonte Ilustra: gforum |
Na noite do dia 11 de julho de 1881, perto da Costa de Melbourne na Austrália, os vigias de proa do HMS Inconstant anunciaram a aproximação de um barco a bombordo. Todos os 13 tripulantes, dentre eles os oficiais, foram até às amuradas para ver o recém-chegado. De acordo com os diários de bordo de dois aspirantes reais que estavam a bordo, o príncipe George (depois Rei George V) da Inglaterra e seu irmão, príncipe Albert Victor, emanava do barco uma "estranha luminosidade vermelha como a de um navio fantasma todo iluminado". Seus "mastros, vergas e velas sobressaíam nitidamente". Todavia, instantes depois, "não havia nenhum vestígio de algum barco de verdade".
As testemunhas achavam que haviam visto o Holandês Voador, o lendário navio fantasma que aterrorizou marinheiros durante séculos.
Os diários dos membros da família real registram que mais tarde, naquela mesma manhã, um desventurado vigia caiu da trave do mastro principal e ficou "inteiramente despedaçado". E, ao chegar ao porto de destino, o almirante do barco foi acometido de uma doença fatal.
O navio foi visto pela última vez em 1632 no Triângulo das Bermudas comandado pelo seu capitão fantasma Amos Dutchman. O marujo disse que o capitão tinha rosto de peixe e corpo de homem, assim como seus tripulantes. Logo após contar esse relato, o navegador morreu. Uns dizem que foi para o reino dos mortos; outros, que hoje navega com o Holandês Voador.
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