quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Saiba o papel da IBM durante o Holocausto

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O Holocausto não teria acontecido nos moldes em que ocorreu não fosse a International Business Machines, mais conhecida como IBM. A tradicional empresa de tecnologia organizou toda a Solução Final, o plano de extermínio total dos judeus da face da Terra. Desde o fim do século 19, a IBM dominava uma tecnologia ancestral do computador, os cartões perfurados.

cover-707x543Esse sistema, desenvolvido para fazer censos, podia capturar qualquer tipo de informação por meio de furos feitos em colunas e fileiras de um cartão especialmente preparado. Linhas horizontais e verticais tinham dignificados diferentes e, com o cruzamento delas, obtinha-se a informação, que seria interpretada por uma máquina da empresa.

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O equipamento foi bastante útil para o Terceiro Reich. “Com a IBM como parceira, o regime de Hitler pôde substancialmente automatizar e acelerar as seis fases dos 12 anos de Holocausto: identificar, excluir, confiscar, “guetizar”, deportar e exterminar”, diz o jornalista americano Edwin Black no livro Nazi Nexus (“O nexo nazista”, inédito no Brasil”.

Assim, ficou muito mais fácil para o Reich descobrir quem eram os judeus na Alemanha, onde viviam, em que trabalhavam. Confiscaram seus bens, tiraram seus empregos, jogaram-nos em guetos. Mais tarde, quando eles foram enviados para campos de concentração, a IBM coordenava todos os sistemas de trens para leva-los até lá. Já nos campos, as informações organizadas pelos programas da empresa eram usadas para os mais variados propósitos: gerenciar a mão de obra escrava, quem iria para a câmara de gás, etc.

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O número de identificação tatuado no braço dos prisioneiros de Auschwitz nada mais era, a princípio, do que o número do cartão perfurado da IBM correspondente à pessoa. “Desde os primeiros momentos do relacionamento estratégico com a Alemanha, iniciado em 1933, o Reich tornou-se o maior consumidor internacional da IBM”, escreveu Black. Em valores atuais, o serviço prestado aos nazistas rendeu à subsidiária alemã US$ 200 milhões.

PÓS-GUERRA

Hoje, a IBM se limita a dizer que não tem muita informação sobre a guerra e que perdeu o controle de seus negócios na Alemanha no período.

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Nesta imagem o holerite do escritório da IBM em Auschwitz

Fonte: Super Interessante Edição 333 – Maio/2014

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